OS 10 MANDAMENTOS DO CHIMARRÃO COM O CLUBE DA GURIZADINHA

Por Escritora Iolanda Wilhelm      22/04/2022 09:02:56    
Um dos principais costumes dos gaúchos – o chimarrão – tem sua própria data de comemoração. No dia 24 de abril, toda a piazada se reúne para prosear e saborear um bom amargo e, é claro, festejar esse dia loco de especial.

Tchê, o chimarrão está presente no nosso cotidiano - seja logo de manhã cedo para dar aquela acordada, ou ao meio-dia antes da boia, ou até mesmo quando recebemos alguma visita-, o bom amargo acompanha os afazeres do vivente! Mas, tu sabes a origem do chimarrão?

 
A história da  origem do chimarrão é encontrada em diversos sites e em portais de notícias (jornais) e, além disso, também se tornou livro pelas mãos do folclorista, escritor, músico, advogado e historiador brasileiro, Luiz Carlos Barbosa Lessa, em sua obra “A História do Chimarrão”. Para contar essa trova para a Gurizadinha, o Clube encontrou uma reportagem bem bacana no site do Jornal do Comércio - intitulada “Chimarrão: a tradição mais amada dos gaúchos” para usar como fonte para a nossa prosa e também porque conta com a obra de Barbosa Lessa. Te aprochega:
“Então piazada, considera-se que o chimarrão foi um legado deixado pelos índios Guaranis que habitavam a região de Guairá – conhecida atualmente como o estado do Paraná. A descoberta da bebida se deu por meio dos colonizadores espanhóis que encontraram os nativos ingerindo uma bebida feita com folhas - servida em um porongo com um canudo de taquara entrelaçado com fibras que impediam a passagem das folhas. Dessa forma, os colonizadores, então, começaram a fazer uso dessa bebida que era denominada de caá-i (água da erva). O uso da bebida, no entanto, foi rejeitada pelos padres jesuítas, pois eles não acolheram os atributos desconhecidos da planta – que era destinada especificamente para o uso dos pajés em suas cerimônias. Porém, tal controle não foi eficaz e a bebida foi difundida entre as comunidades. Aliás, no século XVII, os próprios jesuítas começaram a incentivar o uso do mate e o trouxeram para o Rio Grande do Sul. ”

Baita história, gurizada?!                                          
Para ler a matéria completa do Jornal do Comércio - Clique aqui!

Tchê, vale lembrar também a origem da nossa erva-mate né?!
O nome científico da erva-mate é Ilex paraguariensis e aqui no Clube já te contamos pela GAUCHICE sobre os Símbolos que o chimarrão é feito das folhas da erva-mate e a sua árvore tem o caule acinzentado, folhas verdes e frutas verdes ou avermelhadas. Além disso, te contamos também que a erva-mate tornou-se a árvore símbolo do Rio Grande do Sul pela Lei nº 7.439/80. Ah! O chimarrão também foi oficializado como bebida símbolo do Rio Grande do Sul pela Lei nº 11.929/03.
 

Barbaridade!
Tá! Mas que história é essa de mandamentos?!

 

Tchê, o Cícero é apaixonado por um chima e ficou atucanado pela Catarina estar mexendo na bomba. De vereda, ele apresentou os 10 mandamentos do Chimarrão criados por Pércio de Moraes Branco para a Catarina e para a piazada num encarte Fatos e Gauchices e que devem ser respeitados por todos os viventes desta querência!

E para tu que ainda não conhece as regras do mate, o Cícero vai te contar por aqui também. Então, te aprochega:

 
  1. Não peças açúcar no mate - O mate é amargo! Tu podes até pôr na água alguma outra erva ou chá, mas JAMAIS açúcar. Então, se tu não aguentas um mate amargo, nem toma.
     
  2. Não digas que o chimarrão é anti-higiênico - Ele passa de boca em boca por todos da roda do chimarrão, mas em nenhum momento digas uma blasfêmia dessas.
     
  3.  Não digas que o mate está quente demais - Não fica de frescura, mate bom é aquele pelando de quente. Então, se todos estão tomando sem reclamar, tu também podes aguentar!
     
  4.  Não deixes o mate pela metade - Tu deves tomar toda a água servida até escutar o ronco do fim do mate.
     
  5. Não te envergonhes do ‘‘ronco’’ no fim do mate - Isso é normal e também quer dizer que tu tomastes o teu chimarrão corretamente.
     
  6. Não mexas na bomba - Este é um dos mandamentos mais importantes. Mesmo que a bomba esteja entupida e não consigas puxar o mate, NUNCA MEXAS NA BOMBA. Caso aconteça, devolve o chimarrão para quem lhe ofereceu e deixa que ele resolve.
     
  7. Não alteres a ordem que o mate é servido - A cuia deve passar de mão em mão sempre na mesma ordem. Não te atucanas se acaso estiver demorando, pois terás que esperar a tua vez.
     
  8. Não ‘‘durmas’’ com a cuia na mão - Quando estiveres numa roda de chimarrão, não use a cuia como microfone. Podes prosear o quanto quiseres, porém não esqueças de tomar o teu mate. Caso demorar, provavelmente vais escutar uma frase: “Conheço um vivente que morreu com a Cuia na mão”. Tu não estás querendo escutar isso dos amigos né?!
     
  9. Não condenes o cevador por tomar o primeiro mate - O pior mate é o primeiro e quem o toma está te prestando um favor.
     
  10. Não digas nada negativo sobre o chimarrão - Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esquece o resto, uma vida vivida com o chimarrão valeu a pena.


Agora que tu sabes da história e conhecestes os mandamentos, não podes mais errar na hora do amargo. Aproveita e manda para o Clube uma foto bem bonita cevando um baita mate. Vamos adorar ver!

Ademais, o Clube da Gurizadinha está sempre atento em trazer curiosidades, histórias e atividades tri legais típicas do nosso Rio Grande para as prendinhas e os gauchinhos de todas as idades. Incentivamos o hábito e o gosto pela leitura nos pequenos, ao mesmo tempo, em que ensinamos a eles sobre as façanhas e costumes do nosso Estado, que são motivo de tanto orgulho para a gauchada!


 
Fontes de pesquisas usadas no texto:
- JORNAL DO COMÉRCIO. Reportagem: Juliano Tatsch - Chimarrão: a tradição mais amada dos gaúchos - APUD- LESSA, BARBOSA. História do chimarrão. 3. ed. Porto Alegre, 1953.
- Gauchices do Clube da Gurizadinha.
 
 

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